sábado, 26 de julho de 2008

THE DAY AFTER


Chega! Chega! Não empurrem! Cuidado! Não pisem as minhas pestanas! Não obrigado, agora não quero uma fartura. Um carapau também não. Com licença deixem passar.

Se eu soubesse não tinha feito o trailer do livro. Hoje andei na rua e as pessoas praticamente pararam o trânsito em Belém apenas para tocarem em mim. Até africanos e brasileiros vieram de propósito a Portugal para me darem os parabéns. Às centenas. Só que eram envergonhados e desviavam logo o olhar. E a quantidade de câmaras de televisão que lá estavam para me filmar?! Nem mesmo no festival de Cannes se vê uma coisa assim. Como? Não era para mim? Era a Cimeira de Lisboa da CPLP? As pessoas não estavam lá à minha procura? Não queriam um autógrafo!? Então foi por isso que a uma certa altura chamaram os segurança para me barrar e deram-me uma coronhada no olho?!

Eu também não queria os parabéns de tantas pessoas. Um beijinho da minha avó é o suficiente.
Pronto, e de mais umas largas dezenas de vocês que viram o trailer e gostaram, dizendo, ainda, que eu sou o Ramos Horta da nova geração.


Daqui a umas semanas vem aí outra surpresa.

Agora vou mailar ao António Lobato Faria para lhe dizer que estou a escrever um novo livro. O António é o director da Oficina do Livro e já não falo com ele há mais de um ano. Provavelmente deve achar que fui raptado pelas FARC. Ou então quando receber o meu mail achará que é spam e faz delete automático. Isto claro se antes disso o anti-vírus não olhar para o meu mail e disser: “Olha olha. Deves pensar que aqui entras deves.”


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